Sabores amazônicos são destaque na Anufood Brazil, feira de alimentos em São Paulo

cjsq347ef0umr42v22h1elmo6-acai-frutos

Boas práticas na atividade extrativista e de processamento da castanha-do-brasil e do açaí buscam garantir um produto de qualidade na mesa do consumidor

Os dois sabores mais conhecidos da Amazônia, açaí e castanha-do- pará (também conhecida como castanha-do-brasil), serão destaque no estande da Embrapa durante a ANUFOOD Brazil, feira de negócios exclusiva para o setor de alimentos e bebidas, que será realizada entre os dias 12 e 14 de março de 2019, no São Paulo Expo, em São Paulo (SP).

Para que esses dois alimentos cheguem às mesas dos consumidores, além do esforço dos extrativistas que moram na Amazônia, tem muito trabalho de pesquisa desenvolvido por profissionais da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), órgão ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 

A definição de procedimentos que garantam qualidade a esses dois produtos, desde a colheita na floresta até a embalagem na agroindústria, é fruto do trabalho dos pesquisadores das unidades da Embrapa na Amazônia. 

As ações de pesquisa e de transferência de tecnologias com o açaí e a castanha-do-pará (ou castanha-do-brasil) contam com o apoio do Projeto Bem Diverso, executado pela Empresa Embrapa, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com recursos do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF). 

Castanha-do-pará 

A produção extrativista da castanha-do-pará (ou castanha-do-brasil), espécie nativa da Amazônia recomendada em dietas alimentares devido ao seu alto teor de proteína e presença de antioxidantes, requer a aplicação de boas práticas para atender os padrões de qualidade tanto das indústrias nacionais quanto do mercado internacional. Para exportar o produto, há tolerância zero à presença de aflatoxinas, substâncias produzidas por fungos presentes naturalmente no solo da floresta. Boas práticas para obtenção de uma castanha com qualidade ainda na floresta geram renda ao produtor e garantem segurança aos consumidores.

A Embrapa Acre (Rio Branco, AC) desenvolveu e validou boas práticas com o objetivo de melhorar a qualidade da castanha-do-pará  e garantir a segurança do alimento. Recomendam-se, portanto, práticas desde o planejamento antes da coleta dos frutos até a secagem, armazenamento e transporte do produto coletado.  “O objetivo desses procedimentos é que o extrativista consiga um  aumento no preço pago pela lata da castanha manejada com boas práticas em relação à castanha não manejada, além de melhorar a qualidade do produto para o consumidor”, afirma a pesquisadora da Embrapa Acre,  Joana Leite, que irá participar do evento. 

Açaí nativo 

O açaí é um alimento rico em fibras, vitaminas e antioxidantes como as antocianinas, substância que favorecem o combate aos radicais livres, agentes responsáveis pelo envelhecimento das células humanas. Bastante consumido de forma processada, a manipulação exige cuidados adequados para assegurar qualidade sanitária e a manutenção do seu valor nutricional e compostos funcionais. 

 “Na colheita e pós-colheita do açaí, cuidados como manter o kit de coleta limpo e higienizado, evitar o contato dos frutos com o solo, não deixar a produção muito tempo na floresta nem exposta ao sol, realizar o transporte dos frutos ainda nos cachos, em ambiente apropriado (arejado e sem a presença de animais e pessoas), e selecionar os frutos coletados, eliminando palha, folhas, insetos, restos de terra e outros resíduos, ajudam a garantir qualidade à produção”, explica  Joana Souza.

Segundo norma do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, um dos órgãos que fiscalizam os padrões de identidade e qualidade da polpa de açaí, as agroindústrias precisam dispor de ambientes físicos adequados para recepção, seleção, lavagem dos frutos e manutenção dessa matéria prima em condições de higiene até o seu processamento. A legislação também preconiza que os frutos sejam selecionados e lavados em água clorada para eliminar impurezas e agentes contaminantes, que o processamento ocorra no menor espaço de tempo e com água potável e o congelamento da polpa em temperatura de menos 18 graus, entre outros procedimentos. 

Fortalecer a cadeia produtiva 

Segundo a analista da Embrapa Acre, Dorila Silva, a ideia de apresentar esses dois produtos no estande da Embrapa na Anufood Brazil não é apenas dar visibilidade aos resultados da pesquisa agropecuária. “Nós também pretendemos que as cadeias produtivas do açaí e da castanha se fortaleçam e possam acessar novos mercados, com resultados positivos na renda dos extrativistas, pois um evento desse porte pode trazer novas oportunidades de negócios ” , conta. 

Priscila Viudes (Mtb 030/MS) 
Embrapa Acre

Leave a comment