Em feira em Fortaleza, produtos elaborados a partir de frutos do Cerrado e Caatinga ganham destaque na preservação dos biomas pelo seu uso sustentável
Fortaleza recebeu nesta semana agricultores de todo o Brasil na II Feira Nacional dos Guardiões da Agrobiodiversidade. Os produtos da biodiversidade da Caatinga e do Cerrado se destacaram nos estandes das cooperativas familiares das comunidades de Canudos, Uauá e Curaçá, na Bahia, e de Água Boa ll, em Minas Gerais. Foram doces, conservas, compotas, sucos e até cervejas produzidos a partir de frutos como umbu, maracujá, pequi.
“A participação da Coopercuc traz a valorização e o reconhecimento do nosso trabalho, da cooperativa e da nossa região. A partir do extrativismo desenvolvemos o sentimento de pertencimento com o espaço em que vivemos numa relação de troca e preservação”, defende a presidente da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), que reúne conta com 271 cooperados e chega a movimentar cerca de R$ 1,5 milhão com a comercialização de produtos do sertão baiano.
Parceiros do Projeto Bem Diverso, as cooperativas se destacam na valorização das atividades extrativistas para o desenvolvimento de suas comunidades e para a preservação dos biomas como guardiãs da rica biodiversidade do país. As experiências no desenvolvimento do trabalho com a agricultura familiar também foram apresentadasaos visitantes da Feira.
Programação
Concomitante à Feira dos Guardiões da Agrobiodiversidade, ocorreu o V Congresso Brasileiro de Recursos Genéticos (V CBRG), promovido bianualmente pela Sociedade Brasileira de Recursos Genéticos. O evento reuniu pesquisadores, professores e estudantes de diversas instituições, com exposição de trabalhos, intercâmbio de informações, divulgação de inovações tecnológicas em recursos genéticos e criação de parcerias.
O coordenador do Projeto Bem Diverso, Anderson Sevilha, foi um dos palestrantes convidados e salientou a importância da realização de atividades conjuntas com as comunidades tradicionais, associações de agricultores familiares e cooperativas locais para a conservação da biodiversidade pelo seu uso sustentável. Ao assegurar a extração dos frutos dessa maneira, conserva-se também os modos de vidas das comunidades, agregando valor aos produtos e gerando renda.
Lara Aliano, Agência MOC