Comunidades mineiras celebram o Pequi em festa em Taiobeiras

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Símbolo da cultura e culinária dos povos do Cerrado brasileiro, a fruta é celebrada com programação cultural e visitas aos cultivos de pequizeiros

As comunidades de Vereda Funda, Água Boa II, Berizal participaram da 26ª Festa do Pequi, realizada de 15 a 17 de março em Lagoa Grande, município de Taiobeiras, Minas Gerais. Com o objetivo de estimular a cultura do Cerrado e a preservação do pequi, o encontro contou com apresentações artísticas, atividades esportivas, passeio eco ciclístico, cavalgada, trilha de motos e gaiolas, concurso roedor do pequi.

Representantes do Projeto Bem Diverso estiveram por lá e palestraram no Seminário realizado pelos parceiros da festa. O consultor técnico do Projeto, Nondas Silva, salientou em sua fala a importância do envolvimento das comunidades nas atividades socioambientais executadas no Território mineiro de Alto Rio Pardo. 

A visita às terras de produtores também esteve na programação. O momento de intercâmbio destacou o extrativismo do pequi em consórcio com o café especial, tradicionalmente produzido pelos geraizeiros sob a sombra de árvores como o pequizeiro e a ingazeira. 

A jovem comunicadora Edianilha Ribas conferiu as atrações da festa e destacou o concurso do roedor de pequi, que teve como vencedores Darcy e Jhon Kennedy: “com certeza, foi a atividade mais divertida da festa”. A noite teve apresentação cultural de grupos de reizado da região e de camponesas, apresentando cantos e danças. 

Ainda participaram da organização e programação da festa os parceiros Bem Diverso: Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER-MG); do Sindicato dos Trabalhadores Rurais; do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA); da Cooperativa de Agricultores Familiares Agroextrativistas de Água Boa II (Coopaab); da Cooperativa de Agricultores Familiares Agroextrativistas Vereda Funda Ltda. (Coopav); da Prefeitura de Taiobeiras; e de demais associações locais. 

A fruta

O pequi é símbolo da cultura e culinária dos povos do Cerrado brasileiro. É muito apreciado em diversos estados, destacando-se pratos como o arroz de pequi, a galinha com pequi, ou simplesmente sem misturas. Da polpa é possível fazer a extração do óleo, utilizado para diversos fins. Há também uma variedade de receitas que usam o pequi para produção de geleias, doces, licores, cremes, sorvetes, farofas e pamonhas. Muitas comunidades também utilizam a fruta para produção de ração destinadas a porcos e galinhas. A amêndoa do caroço de pequi também é utilizada para extração de óleo, como também pode ser consumida em diversas formas.

O nome pequi tem sua origem no tupi que significa: py= casca e qui=espinho, por causa dos pequenos espinhos que contém no caroço. É comum encontrar no Cerrado em média 25 pequizeiros por hectare, entretanto em áreas de vegetação mais fechada esse número pode chegar a 100. Seus troncos são retorcidos, crescem para os lados e muitas vezes chegam próximos ao chão. O pequizeiro tem ciclo de vida de aproximadamente 50 anos. Depois de oito anos, inicia sua fase reprodutiva.

Lara Aliano, Agência MOC
Com informações de Edianilha Ribas

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