Em execução há três anos, o projeto valoriza a preservação da biodiversidade pela atuação dos pequenos agricultores
No programa Conexão Ciência que foi ao ar na última terça-feira (31) na TV NBR, o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Anderson Sevilha apresentou um balanço das ações do Projeto Bem Diverso na região de Alto Rio Pardo, norte de Minas Gerais. O programa é produzido em parceria entre a Embrapa e a TV do governo federal e está disponível no canal da NBR no YouTube.
O Projeto está em execução há três anos e visa contribuir para a conservação da biodiversidade brasileira em paisagens de múltiplos usos, de forma a assegurar os modos de vida das comunidades tradicionais e agricultores familiares. A iniciativa ainda proporciona geração de renda e melhora na qualidade de vida das comunidades. O Projeto Bem Diverso tem atuação em seis Territórios da Cidadania em três biomas brasileiros. Na região de Alto do Rio Pardo, a maior parte dos 192 mil habitantes vive em áreas destinadas à agropecuária.
"Levamos em conta nas premissas de nosso trabalho a preservação da biodiversidade pela promoção de seu uso sustentável; a busca da promoção dos serviços ambientais nesse território; e a replicabilidade de ações, na busca por autonomia das comunidades. É a partir disso que queremos validar o conhecimento existente no local e torná-lo disponível para a população em geral", explica Sevilha.
As ações de boas práticas são baseadas na preservação do modo de vida dessas famílias e em como tornar seu conhecimento material para o desenvolvimento onde for possível aplicar. O conhecimento difundido nesse primeiro momento de atuação foi pensado para permanecer de forma autônoma. É o que explica o técnico Anderson Sevilha: "Uma vez assimilado e apropriado pelas comunidades, o Projeto vai funcionando plenamente. Começamos a perder o controle sobre as atividades, o que nesse caso é bom, pois as comunidades replicam os conhecimentos por conta própria".
As boas práticas de manejo envolvem todo o processo produtivo, desde a coleta até a comercialização. "O grande ponto é a valorização do mercado local. Quando você o fortalece, isso favorece a região, e por consequência, o mercado nacional. A possibilidade de colocar esses produtos no mercado internacional também existe".
O técnico da Embrapa ainda destaca o desafio de agregar valor aos produtos da biodiversidade brasileira perpassa o reconhecimento da importância do trabalho realizado pelas comunidades. Há que se valorizar que a preservação da biodviersidade passa pelas mãos desses agricultores. Conseguir suprir os gargalos da produção na construção do conhecimento junto às comunidades é outro ponto de destaque na atuação do Projeto.
Texto: Agência MOC, com informações Embrapa