Babaçu garante o desenvolvimento econômico, além de fortalecer as culturas tradicionais do Mearim

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No Maranhão, o Projeto visa fortalecer comunidades de pequenos agricultores, famílias assentadas e quilombolas, que praticam agricultura de subsistência, pecuária e extrativismo

No Território da Cidadania (TC) do Médio Mearim, localizado no Maranhão em uma região de bioma Cerrado e na zona de transição entre os biomas Amazônia, Cerrado e Caatinga, o babaçu é a espécie que o Projeto Bem Diverso definiu como prioritária no desenvolvimento de ações de boas práticas para extrativismo sustentável, processamento integral e acesso ao mercado. A palmeira babaçu (Attalea speciosa Mart. ex Spreng.), que sempre esteve presente na rica composição da vegetação originária que cobria o território, acabou dominando a paisagem em sucessão, se tornando a espécie florestal predominante, cobrindo vastas áreas chamadas de babaçuais.

Em um território abrange uma área de mais de 8 mil km2, com 16 municípios, cerca de 42% da população vive na área rural e tem como principal fonte de renda o extrativismo do babaçu. São, principalmente, agricultores familiares, famílias assentadas e comunidades quilombolas, que praticam agricultura de subsistência, pecuária e extrativismo.

Dentre os trabalhos desenvolvidos pelo Projeto Bem Diverso, podemos destacar o diagnóstico de unidades tecnológicas de processamento de babaçu, sendo uma fábrica de sabonete e uma fábrica de farinha de mesocarpo, subsidiando propostas para a melhoria do processo produtivo; análise da importância econômica dos produtos derivados da palmeira babaçu e sua relevância para os meios de vida das famílias agroextrativistas; capacitação e formação; comercialização de produtos da agricultura familiar; planejamento e desenvolvimento regional e a sistematização e validação de demandas de organizações de agroextrativistas.

Para 2019, o Projeto prevê a continuação das atividades como o desenvolvimento participativo de ferramenta para quebra do coco babaçu; a formulação de rações balanceadas contendo coprodutos agroindustriais de babaçu para ruminantes; sistematização de iniciativas bem sucedidas de manejo agroflorestal; geração de protocolos para monitorar produção municipal de babaçu; avaliação da importância do extrativismo do babaçu e produção agrícola para meios de vida locais; avaliação do potencial produtivo de sistemas agroflorestais que incluam a palmeira babaçu e a leguminosa sabiá; a construção de perfil agroindustrial para produção de farinha de mesocarpo de babaçu e a formulação de sabonetes de babaçu. 

Além disso, estão previstas atividades como a validação e lançamento de ferramenta para quebra do coco babaçu; a construção de perfil agroindustrial mínimo para produção de sabonetes de babaçu; novos processos alimentícios com babaçu; o desenvolvimento de ferramenta para fabricação de biojóias de babaçu; a organização, sistematização e disponibilização de informações sobre procedimentos necessários para formalização e operação de organizações de extrativistas do babaçu.

No TC Médio Mearim, o Bem Diverso atua por meio da Embrapa Cocais, com sede em São Luis (MA), com equipe composta por Marcos Miranda Toledo (biólogo, ponto focal do projeto no território); Guilhermia Maria Cayres Nunes (agrônoma, responsável por atividades); José Mário Ferro Frazão (agrônomo, responsável por atividades). Atua também por meio da Embrapa Amazônia Oriental, com sede em Belém (PA), a partir do trabalho de Roberto Porro (agrônomo, responsável por atividades); e da Embrapa Agroindústria de Alimentos, a partir do trabalho de André de Souza Dutra (agrônomo, responsável por atividade).

Outra parceria fundamental é com a Associação em Áreas de Assentamento do Estado do Maranhão (Assema) e coma a Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais (AMTR). A Assema é uma organização sem fins lucrativos de agricultores familiares e extrativistas de coco babaçu, que desenvolve projetos socioeconômicos e comunitários e outras organizações vinculadas a essa associação. A Embrapa também atua em parceria com outras organizações agroextrativistas fora do território, mas que podem ser beneficiárias indiretas das ações do Projeto Bem Diverso. 

Saiba mais sobre o Território: https://bit.ly/2HDn1rC.

Lara Stahlberg/ Agência MOC
Com informações de Marcos Toledo

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