Semiárido Show termina com grandes contribuições para a Caatinga e para as comunidades que nela vivem

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Em sua 8ª edição, o Semiárido Show contou com uma programação diversificada que atendeu a cerca de 10 mil visitantes, entre os 3.100 participantes dos 73 eventos de capacitação – wokshops, minicursos, palestras, oficinas e seminários temáticos; bem como mais de 100 inovações tecnológicas da Embrapa expostas na área “Vitrines Tecnológicas”. 31 delas eram demonstrações em campo de soluções aos desafios na Caatinga, como dessalinização de água salobra e criação agroecológica de galinha caipira em solo árido, e contou com cerca de 4 mil visitas.

O estande do Bem Diverso apresentou formas de manejo e estratégias de conservação no uso sustentável da Caatinga, simulou áreas de fundo de pasto que existem nas comunidades típicas do bioma, além dos quintais produtivos em sistemas agroflorestais. Mostrou ainda orientações técnicas e boas práticas de conservação de solo e água com o objetivo provar que, se a área de produção for trabalhada de forma adequada, evita que as famílias precisem procurar novos espaços para produzir alimentos e criar seus animais: uma ação direta que protege a biodiversidade.

“O evento teve uma dimensão muito importante para o projeto Bem Diverso. Nosso estande foi visitado por mais de 700 pessoas, um público diverso, de dez estados do Brasil; além de várias instituições e inclusive representantes da cooperação técnica Embrapa/PNUD” disse Francisco Campello, técnico do IBAMA e seu representante no Conselho da Reserva da Biosfera da Caatinga.

No espaço de capacitações, o Bem Diverso – junto ao parceiro IBAMA– ofereceu três cursos que tiveram lotação absoluta: Apicultura na Caatinga, Manejo Florestal da Caatinga e Constelação de Solo e Água na Caatinga.; além de um seminário sobre Uso Sustentável da Caatinga.

“O Semiárido Show também proporcionou a oportunidade de estreitar parcerias. Junto ao IBAMA, estamos consolidando a uniformização de procedimentos de uso sustentável da Caatinga com diretrizes para uma resolução do CONAMA. Isso se desdobra em padronização de planos de manejo, além de um guia e um programa de formação técnica para ajudar os estados – e o próprio IBAMA – a fazerem uma análise correta sobre o uso sustentável dentro do bioma”, explica Anderson Sevilha, coordenador nacional do Projeto Bem Diverso e Pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.

Cartilha do Recaatingamento

Durante Semiárido Show também foi lançada a Cartilha do Recaatingamento, como é denominada a ação de conservação, recuperação e preservação da Caatinga. A publicação

foi produzida pelo IRPAA, Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Juazeiro – BA), em parceria com o Projeto Bem Diverso, Embrapa e PNUD. O documento relata experiências populares em vários estados; as sistematiza e reúne em uma metodologia de fácil acesso, defendendo a ideia da Caatinga em pé.

“Há várias formas de se recaatingar, e a parceria firmada entre o Bem Diverso garantiu que a gente as avaliasse, reproduzisse e desse visibilidade às melhores práticas em um só lugar. Uma publicação assim, nos traz a dimensão de quantas formas de recaatingamento existem, e é fundamental para percebermos como os povos e as comunidades tradicionais são guardiãs dessa mata nativa”, explica diz Karine Pereira, coordenadora do projeto pelo IRPAA.

Proteção das vidas caatingueiras

Para Fabrício Bianchini, Analista da Área de Inovação Tecnológica da Embrapa Semiárido e um dos organizadores do evento, o Semiárido Show tem importância inestimável para a preservação da vida na Caatinga ao reunir representantes de todas as cadeias do bioma.

“No seminário de povos indígenas, comunidades quilombolas e povos de terreiro – já em sua 3ª edição – reunimos 12 etnias e mais de 30 lideranças quilombolas, onde se discutiu a gestão desses territórios por essas comunidades tradicionais; a conjuntura nacional e a proteção de todas as formas de vida na Caatinga, já que esses territórios são locais com maior conservação de sua biodiversidade”, conta. Fabrício também ressalta a mesa de discussão sobre o papel das mulheres na gestão dos territórios, no fortalecimento da cultura, ancestralidade e conhecimentos tradicionais de municípios do Piauí, Bahia e Pernambuco.

Essa edição ainda contou com representações dos ministérios que apoiaram diretamente o evento, como o Ministério do Desenvolvimento Regional, e SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), órgãos de cooperação internacional, como FIDA (Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola), FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura); representantes da cooperação sul-sul, como o Peru, Chile, Argentina e Bolívia, além do Cirad – organismo francês de pesquisa agronômica e de cooperação internacional, que apresentou alguns resultados em estudos de agricultura familiar da América Latina.

Sem dúvida, o Semiárido Show é um momento de transformação, aliança, parceria e troca de conhecimentos. Ano que vem tem mais!

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