Rede Jovens da Caatinga desenvolve a comunicação social e a educomunicação nas comunidades rurais do Sertão da Bahia
Na última década, o acesso à internet teve um grande crescimento, em especial com o público jovem. Os/as jovens e adolescentes estão cada vez mais conectados/as através das mídias sociais e esse ambiente online possibilita a interação social, o acesso à informação e o entretenimento com um simples clique. Toda essa interatividade fascina a juventude.
Diante desse cenário, também têm crescido as experiências de rede de jovens comunicadores/as populares que utilizam as mídias e redes sociais para fomentar a comunicação social e a educomunicação. Uma dessas iniciativas é a rede Jovens da Caatinga, composta por jovens de comunidades rurais do Território Sertão do São Francisco e Piemonte Norte do Itapicuru.
Esses/as jovens, que estão em processo de formação, já participaram de cinco módulos das oficinas de comunicação do Projeto Bem Diverso, executado pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa) com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Redes sociais, mídias sociais, algoritmos, boots, Fake News, foram alguns dos assuntos debatidos na formação. A Coordenadora do Eixo de Comunicação do Irpaa e uma das facilitadoras do encontro, Karine Pereira, explica que “a partir da necessidade de fomentar a produção desses jovens, há necessidade de discutir não só como postar nas redes e quais são as redes, mas também o complexo universo que são as redes sociais, de compreender o poder de manipulação que se tem e de limitação em termos de canais”.
Partilha de experiências
Após os debates, as/os jovens definiram que o Facebook, Instagram e o Youtube serão os canais de divulgação da rede. A jovem Maires Bispo, da comunidade Quilombola de Lages dos Negros, no interior de Campo Formoso, acredita que a divulgação de conteúdo através dessas mídias sociais irá fortalecer a valorização das comunidades tradicionais. Quando “começa a circular as notícias da comunidade, ela se torna mais visível para as pessoas, eu acredito que vai ser muito bom”, argumenta a jovem.
Para Olívia dos Santos, também da comunidade Quilombola, os conteúdos produzidos pelo grupo contribuíram para o empoderamento e autoestima da juventude. Ela traz como exemplo o jornal impresso “Luz do Semiárido – Edição Especial: Jovens da Caatinga”: “quando eu vi o jornal, fiquei grata pelo resultado, porque muita gente duvida da capacidade da gente, e ter um jornal feito, que têm o nosso nome e tudo, coisa boa”, declara a jovem. É com orgulho que a jovem relata que vai distribuir o jornal em sua comunidade. O jornal foi resultado da oficina de jornalismo impresso realizada no mês de dezembro de 2018.
Durante a oficina, o coletivo de educomunicação Carrapicho Virtual, formado por jovens de comunidades rurais do Vale do Salitre, compartilhou a experiência do trabalho em rede, apontando as dificuldades e conquistas nessa construção coletiva de informação e de comunicação popular. Karine explica que esse momento foi pensado na expectativa de animar os/as jovens para ação em rede que está nascendo a partir do projeto Bem Diverso. “São jovens conversando com jovens”, destaca a comunicadora.
Comunicação Irpaa