A cadeia de valor da sociobiodiversidade na Amazônia reúne produtos de frutos como o açaí, a castanha-do-brasil e a andiroba
O desenvolvimento sustentável da região Amazônica reuniu lideranças locais, empreendedores e especialistas, no dia 28 de novembro, na 2ª edição da Conferência Ethos Belém 20 anos. O Projeto Bem Diverso participou do encontro no painel “Comércios justos e os territórios de diversidade socioambiental”, junto com instituições como Imaflora, Instituto A gente Tranforma e Natura. O evento ocorreu ao longo do dia no Hangar Convenções & Feiras da Amazônia, em Belém.
O assessor técnico do Projeto Bem Diverso, Fernando Moretti, explicou em sua apresentação no evento a importância dos saberes tradicionais e da ciência e tecnologia para se enfrentar gargalos e manter a floresta em pé através do desenvolvimento sustentável e do comércio justo. “Considerando o potencial da atividade agroextrativista e o alto consumo de produtos derivados desses frutos da Amazônia, a adoção de boas práticas é o ponto focal de atuação do Bem Diverso no bioma”, declarou. O Projeto é fruto da parceria entre Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com recursos do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF).
A cadeia de valor da sociobiodiversidade na Amazônia reúne produtos de frutos como o açaí, a castanha-do-brasil e a andiroba. A coloração roxa intensa, identifica o açaí em receitas doces e salgadas, além de sucos, sorvetes, bolos, geleias e até farinha desidratada. O fruto no entanto é consumido, predominantemente, em polpa e sucos, base da alimentação diária dos ribeirinhos por ser rica fonte de nutrientes e vitaminas. Há até o “vinho” de açaí, bebida que apresenta cor e aroma semelhantes ao do vinho da uva. Característico do Brasil, o açaí ultrapassou as barreiras nacionais e já chegou a diversos países do mundo que apreciam o produto principalmente por seus benefícios à saúde.
A majestosa castanheira, conhecida como Rainha da Floresta Amazônica, produz a castanha-do-brasil, uma semente muito saborosa de alto valor nutritivo muito utilizadas culinária. A castanha pode ser consumida in natura ou assada, sendo muito apreciada como petisco, além de servir como ingrediente para doces, farinhas, bolos, pães. Por seu intenso poder hidratante, emoliente e esfoliante, a indústria fármaco-cosmética utiliza a castanha-do-brasil na fabricação de hidratantes, xampus, sabonetes finos, batons.
Da andiroba é extraído óleo das sementes, usado há séculos pelas populações amazônicas, especialmente para fins medicinais. Nos últimos anos, esse produto vem sendo explorado principalmente pela indústria de fármacos e cosméticos.
Conferência Ethos
Reconhecido por debater tendências para a consolidação de uma economia inclusiva e socialmente responsável, o evento terá uma programação com mais de 50 palestrantes refletindo sobre os desafios e as conquistas para o crescimento e desenvolvimento do Pará e da região amazônica.
“O desenvolvimento local é a temática central dos 20 painéis. Esperamos abrir caminho para a discussão sobre temas específicos da Amazônia como o combate à degradação ambiental e ao trabalho escravo, a problemática da morte de ativistas do meio ambiente, entre outros. Dessa forma, palestrantes e espectadores possuem espaço para discutir as alternativas para a construção democrática local”, diz Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos.
Há duas décadas, o Ethos faz parte da vida das empresas e marca presença nos momentos e projetos mais importantes do país. Conferências, publicações, ferramentas para negócios sustentáveis, construção de políticas públicas e tantas outras iniciativas.
Em todo o país, mais de 500 empresas são associadas ao Ethos, mais de 1.300 compactuam compromissos e mais de 3.900 já utilizaram os Indicadores Ethos.
Lara Aliano, Agência MOC