Oficina em comunicação popular reúne alunos rurais no Território de Cidadania do Sertão do São Francisco
A Escola Família Agrícola de Sobradinho (EFAS) recebeu mais de 80 estudantes na terceira etapa da Oficina de Comunicação Popular, de 15 a 17 de novembro. A atividade teve como intuito capacitar a juventude rural do Território de Cidadania do Sertão do São Francisco para a elaboração de materiais didáticos contextualizados, por meio de elementos aliados a arte e cultura.
No encontro, os estudantes deram continuidades aos trabalhos iniciados nos dois módulos anteriores, realizados em outubro deste ano. Os estudantes do ensino fundamental e médio participaram das oficinas de desenho, grafite, facilitação gráfica, produção audiovisual, hip hop, fotografia, contação de estórias, produção textual, cordel e xilogravura.
Para a estudante Adrieli Oliveira, a programação de atividades foi uma oportunidade para aprofundar os conhecimentos. “Alguns já tinham facilidade com uma linguagens ou outra, mas as oficinas permitiram ter acesso a saberes novos. Acredito que todos, como eu, pretendam continuar colocando em prática o que aprendemos”, declara.
A atividade é resultado da parceria entre o Projeto Bem Diverso com a Rede de Escolas Famílias Agrícolas Integradas do Semiárido (REFAISA). O Projeto Pedagroeco também é um parceiro e estimula o uso de elementos multimídia pela juventude rural de forma a compartilhar a realidade local.
De acordo com o diretor da EFAS, Tiago Pereira, as oficinas contribuem para a formação da juventude do campo com temas contemporâneos. “As linguagens trabalhadas, ao longo desses três dias, são pertinentes ao processo de formação dos jovens. Cotidianamente, eles precisam exercitar essas inovações através do ato de comunicar e produzir conhecimento a partir do cotidiano que vivem”.
As Escolas Famílias Agrícolas seguem o princípio da Pedagogia da Alternância, que articula a troca de conhecimentos entre os alunos da comunidades rurais e a educação formal. Além das disciplinas regulares, como Português e Matemática, o currículo escolar é composto por disciplinas voltadas à realidade rural. Assim, os estudantes intercalam, a cada 15 dias, a vivência no espaço escolar e nas suas comunidades de origem.
Próximas ações
Os resultados das oficinas serão compilados em um fichário que será utilizado como material didático a ser distribuído para as demais escolas que fazem parte da Rede das Escolas Famílias Agrícolas Integradas do Semiárido (REFAISA). De acordo com a pesquisadora Paola Bianchini, esse material irá instrumentalizar os estudantes através de diversas técnicas que estejam de acordo com a realidade local. “A ideia é ter um material didático dinâmico, que não se encerre após essa disciplina, mas que cada escola possa ir ampliando seu fichário, formando um catálogo cada vez mais diverso”, afirma.
Ingryd Hayara