As ações serão voltadas a formação de multiplicadores em boas práticas de produção, atendimento à legislação e enfrentamento dos problemas relativos aoprocessamento dos produtos
Pesquisadores da Embrapa e técnicos do Projeto Bem Diverso se reuniram nos dias 30 e 31 de outubro, na Embrapa Agroindústria de Alimentos, no Rio de Janeiro. O objetivo foi discutir as demandas tecnológicas das agroindústrias dos Territórios da Cidadania e os gargalos identificados, após visitas técnicas a essas agroindústrias, geridas por cooperativas de agricultores familiares e que buscam promover a agregação de valor aos produtos da sociobiodiversidade.
São frutos como pequi, açaí, castanha-do-brasil, andiroba, umbu, maracujá, coquinho azedo, babaçu e licuri, que ao serem beneficiados e processados transformam-se em cremes, doces, compotas, licores, conservas, polpas silvestres e até em cervejas. O desenvolvimento dessas cadeias produtivas passa pelo melhoramento da fabricação pelas agroindústrias locais, implementação de boas práticas de produção, além do acesso na distribuição dos produtos para outros mercados nacionais e até internacionais. O objetivo é fortalecer a economia das comunidades, buscando novas possibilidades de circulação dos produtos da agricultura familiar em mercados de outras regiões.
O coordenador do Bem Diverso, Anderson Sevilha, participou da reunião e declarou ser “uma grande oportunidade de discutir soluções aos problemas tecnológicos enfrentados pelas agroindústrias dentro do Bem Diverso”. Ao identificar os gargalos na produção das comunidades, a Embrapa proporciona a implementação de tecnologias já desenvolvidas ou permite que os técnicos desenvolvam novos mecanismos para o melhoramento dos processos. No encontro, os participantes definiram planos de trabalho com ações para os próximos dois anos.
Segundo o pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos Sérgio Cenci, o plano de trabalho visa a atacar problemas relacionados ao processamento dos produtos da biodiversidade e do extrativismo em três frentes. A primeira se dá com a formação de multiplicadores em boas práticas de fabricação e em rotulagem de alimentos, bem como treinamento dos agentes da Vigilância Sanitária na aplicação de dispositivos legais que regulam a atuação de agroindústrias artesanais e de produtos da sociobiodiversidade.
Cenci explica que o segundo ponto de atuação é buscar a eliminação de problemas de funcionamento das agroindústrias, já que muitas se tornam ociosas e até inativas. Desta forma, há espaço para a inovação tecnológica com vistas à melhoria da qualidade, saudabilidade e segurança dos produtos, bem como para o desenvolvimento de novos produtos demandados pelo mercado consumidor, fechando a terceira frente de ação.
Lara Aliano, Agência MOC