Comunidade de Fundo de Pasto da Cachoeirinha se reúne para uma oficina de mapeamento participativo

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O encontro foi realizado neste sábado, 29, e reuniu agricultores e criadores de caprinos e ovinos para discutir e mapear a gestão do território

Localizada a 60 km de Juazeiro (BA), a comunidade de Fundo de Pasto da Cachoeirinha está passando por um processo de mapeamento de uso e gestão do território. Em mais uma etapa desse projeto, realizado em parceria com o Bem Diverso, os moradores da Cachoeirinha se reuniram, neste sábado, 29, para uma oficina sobre a metodologia de mapeamento participativo. A atividade reuniu cerca de 30 pessoas, entre criadores de caprinos e ovinos, agricultores, além de técnicos da Assitência Técnica e Extensão Rural (Ater).

A comunidade faz parte do Território da Cidadania Sertão São Francisco, do bioma Caatinga, e ocupa uma área de 1.400 hectares. Atualmente, mais de 20 famílias vivem no local. Para o criador de caprinos e ovinos, Pedro Duarte, a oficina foi uma inspiração para manter a organização dos moradores da comunidade. “É um orgulho ver tantas pessoas discutindo sobre a realidade de Cachoeirinha. Só reforça que precisamos correr atrás e nos organizarmos para que os nossos direitos não sejam tirados”, declara. Já para o presidente da Associação Comunitária e Agropastoril de Cachoeirinha, Iremar Joaquim da Conceição, a atividade também foi importante para rever aspectos do território. “Através da oficina revivemos muita coisa sobre a história e a atual situação da comunidade. Espero ansiosamente para ver o resultado de todos os grupos”, relata.

A metodologia escolhida para a oficina permite realizar um mapeamento, com o auxílio da comunidade, sobre o seu território. Com foco nas áreas coletivas, individuais e nos quintais, o mapeamento resulta no levantamento de características geográficas próprias, com apontamentos positivos e negativos do território, tornando-se um instrumento para tomadas de decisões da comunidade e planejamento territorial.

As comunidades de fundo de pasto estão presentes no sertão baiano e possuem algumas características, como o uso comum da terra, a criação de caprinos soltos na Caatinga, o desenvolvimento de uma agricultura de subsistência, além da relação de solidariedade entre os moradores que, geralmente, possuem relação de parentesco ou compadrio.

Próximos passos

A próxima ação prevista pelo projeto para o mapeamento e a gestão do território da Cachoeirinha é a sistematização das informações obtidas nas discussões dos grupos de trabalho para a realização de mapas temáticos. Após esse mapeamento, a equipe irá retornar para a comunidade para validar esses mapas. Ao concluir essa etapa, serão elaborados indicadores de sustentabilidade, de acordo com as particularidades do território, para serem avaliados e monitorados nos próximos meses. Segundo a pesquisadora Paola Bianchini, “esse processo irá possibilitar a discussão de outras coisas, como a gestão do território e o planejamento de algumas intervenções, como a implantação de sistemas agroflorestais e um sistema de manejo para a área do fundo de pasto”, afirma.

Ingryd Hayara

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