Com o tema “Profissionalização e uso sustentável da sociobiodiversidade”, o seminário Frutos do Cerrado aconteceu no dia 21/11 no auditório da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no município de Montes Claros-MG. O objetivo foi promover a troca de conhecimento e experiências em beneficiamento dos frutos do bioma e discutir gargalos dessa bioeconomia entre agroextrativistas do norte mineiro, estudantes, técnicos, pesquisadores, dirigentes de órgãos regionais e autoridades governamentais.
“A principal dificuldade na comercialização dos frutos do Cerrado é a falta de cultura da população em consumi-los. Muitos ainda não conhecem frutas como a cagaita, por exemplo. Transformar a matéria-prima em produtos também é um desafio”, relata Jacir Borges, presidente do Núcleo do Pequi, instituição de associações e cooperativas que processam produtos agroextrativistas, agregando valor aos frutos e gerando renda às comunidades.
O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, abrangendo quase um quarto do território nacional. É rico em variedade de frutas, sementes, flores, raízes, cascas, óleos e animais; além da riqueza social formada pelas pessoas que nele vivem: comunidades indígenas, quilombolas, geraizeiros, veredeiros, sertanejos e ribeirinhos.
“A cadeia de produtos nativos do Cerrado movimenta a economia de muitos municípios aqui da região, mas os dados são subestimados e isso traz invisibilidade econômica. Foi por isso que também convidamos agentes do poder público para o seminário; precisamos de políticas públicas que incentivem a bioeconomia e mantenham o Cerrado em pé, gerando renda para essas comunidades”, explica Sarah Melo, assessora do Núcleo do Pequi.